As alterações climáticas referem-se às mudanças nos padrões climáticos ao longo de um período prolongado. Essas transformações têm sido objeto de discussão em todo o mundo, gerando preocupação entre a população. Sem dúvida, as alterações climáticas representam um dos maiores desafios da sociedade contemporânea. Seus impactos são significativos, afetando desde a saúde pública até a segurança alimentar. As alterações climáticas ocorrem gradualmente ao longo do tempo, refletindo as variações observadas nas condições meteorológicas, tanto naturais quanto influenciadas pela atividade humana.
Essas mudanças não são eventos repentinos, mas sim parte intrínseca da história evolutiva do planeta, remontando à sua formação. Ao longo dos 4,6 bilhões de anos de existência da Terra, o clima tem experimentado inúmeras transformações. Nos últimos 400 mil anos, por exemplo, testemunhamos quatro ciclos distintos, entre períodos glaciais e interglaciais.
No entanto, nos últimos 150 anos, o aumento da temperatura global tem sido significativo. Estudos indicam que a Terra está aquecendo a uma taxa de cerca de 0,2°C por década. Análises realizadas pela Nasa e pela Noaa (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) revelam que a temperatura global registrada em 2018 foi a quarta mais alta em 140 anos. Em 2017, houve um aumento de aproximadamente 0,83°C em relação à média de temperatura entre 1951 e 1980. O ano de 2016 registrou a temperatura média anual mais elevada. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o planeta está mais quente do que antes do início da industrialização. O período pós-Revolução Industrial não só transformou a economia global, mas também teve um impacto significativo no ambiente.
O aumento do consumo e da produção exacerbados, juntamente com a exploração intensiva dos recursos naturais, resultou em um aumento da poluição atmosférica, devido às emissões de gases poluentes por parte das indústrias e dos veículos. Além disso, a produção em larga escala acelerou o desmatamento, causando alterações adicionais no clima. IPCC – O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) desempenha um papel crucial na avaliação das mudanças climáticas, fornecendo análises sobre o que está ocorrendo com o planeta, nosso papel nesse processo e as perspectivas futuras desses impactos. Criado em 1988, o IPCC surgiu em um momento em que ficava cada vez mais evidente o impacto humano no aumento da temperatura global.
Seu primeiro relatório, divulgado em 1990, enfatizou a importância da cooperação internacional para mitigar os danos das mudanças climáticas. Essa publicação foi fundamental para a criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), o principal tratado internacional para combater o aquecimento global.
O IPCC regularmente divulga dados importantes sobre as mudanças climáticas globais, essenciais para orientar a formulação de políticas climáticas internacionais. O quarto relatório, lançado em 2007, destacou projeções alarmantes. De acordo com esse relatório, o aumento da temperatura global até 2100 poderia variar entre 1,8°C e 4°C, sendo este último cenário extremamente preocupante. O quinto relatório do IPCC forneceu a base científica para o Acordo de Paris, um compromisso internacional assinado por 195 países, com o objetivo de limitar o aumento da temperatura média global a menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais, buscando esforços adicionais para limitá-lo a 1,5°C.
Em 2018, o IPCC lançou o Relatório Especial sobre Aquecimento Global de 1,5°C, que oferece insights cruciais para orientar as decisões políticas a fim de evitar aumentos catastróficos na temperatura global. O relatório enfatiza a necessidade urgente de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais para evitar consequências devastadoras, como perda de biodiversidade, habitat e redução das calotas polares. Mudanças significativas são essenciais para alcançar esse objetivo.
Explorando a Conexão entre Efeito Estufa, Aquecimento Global e Alterações Climáticas
A partir da Revolução Industrial, enormes quantidades de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono, foram liberadas na atmosfera. Entendemos que a atmosfera terrestre é composta por gases como oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono e também vapor d’água. Esses gases, principalmente o gás carbônico, têm a capacidade de absorver a radiação solar emitida pela superfície terrestre.
Essa absorção impede que parte do calor seja dissipada para o espaço, retendo-o na atmosfera. Essa retenção de calor contribui para o equilíbrio energético, reduzindo assim a amplitude térmica, ou seja, a diferença entre as temperaturas máxima e mínima. Mantendo a temperatura média da Terra em torno de 14°C, o planeta oferece condições ideais para a vida prosperar. Esse fenômeno natural é conhecido como efeito estufa e é vital para a existência da vida como a conhecemos.
Embora o efeito estufa seja essencial para sustentar a vida na Terra, sua intensificação devido à atividade humana tem causado preocupação. As atividades industriais e o aumento da frota de veículos, que liberam gases poluentes na atmosfera, têm contribuído significativamente para o aumento da concentração desses gases.
Esses gases, ao absorver calor, têm contribuído para o aprisionamento do calor na atmosfera terrestre. Esse aprisionamento tem levado a um considerável aumento das temperaturas globais, resultando no que conhecemos como aquecimento global.
Impactos das Mudanças Climáticas
As mudanças climáticas resultantes têm desencadeado uma série de consequências ambientais graves, muitas das quais já estão sendo observadas. O aumento da temperatura global está causando o derretimento das geleiras, elevando o nível do mar e ameaçando áreas costeiras com inundações e submersões.
Além disso, as altas temperaturas têm desencadeado secas severas, afetando a agricultura e a produção de alimentos. Dados do IPCC indicam que o aquecimento global pode reduzir as safras de milho no Brasil em 5,5% para cada grau de aquecimento. Isso pode levar a uma escassez de alimentos e aumentar os preços, impactando a segurança alimentar de milhões de pessoas.
A seca também está associada a um aumento nos incêndios florestais e à escassez de água potável, o que pode levar a conflitos por recursos hídricos. Enquanto algumas regiões enfrentam secas extremas, outras podem sofrer com enchentes e deslizamentos de terra devido ao aumento das chuvas.
Além disso, as mudanças climáticas estão ameaçando a biodiversidade, levando à extinção de várias espécies de plantas e animais. Estudos mostram que o aquecimento global pode levar à extinção de até 10% das espécies endêmicas da Mata Atlântica em cerca de 50 anos.
Medidas para Mitigar as Mudanças Climáticas
A mitigação das mudanças climáticas é uma preocupação global e tem sido discutida em conferências ambientais internacionais. Acordos como o Acordo de Paris e o Protocolo de Kyoto foram estabelecidos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global.
Algumas ações incluem a redução das emissões de gases de efeito estufa, promovendo o uso de energias renováveis, como solar e eólica, e incentivando a eficiência energética em todos os setores. É crucial proteger e reflorestar áreas verdes, preservar os ecossistemas marinhos e terrestres e adotar práticas agrícolas sustentáveis. Investimentos em tecnologias limpas, transporte público eficiente e políticas de conservação ambiental são passos fundamentais para enfrentar as mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável para todos, medidas para mitigar as mudanças climáticas são essenciais e urgentes, esses esforços são necessários em ação coletiva e individual para enfrentar esse desafio global, e proteger nosso planeta para as gerações futuras.
Foto Diego Vara – Reuters
Por Redação Movimento LGBT