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FORÇA E RESISTÊNCIA

Entrevista Lady Marie
Por Leila Pizzotti

Nome: Lady Marie
Idade: 37 Anos
Signo: Câncer
Cidade de nascimento:
Paranaguá – Paraná

A Arte, a Voz e a Alma de uma Drag Queen de Sucesso

Apresentadora Oficial do Concurso de Drag Queen e Parada do Orgulho LGBT de Rio Claro/SP

Qual é o seu nome completo e como o público te conhece nos palcos?

Me chamo Mauricio Charneski, tenho muitos nomes por conta do teatro, o mais conhecido é LADY MARIE.

De onde você é e onde você brilha atualmente?

Sou paranaense da cidade de Paranaguá que fica no litoral do Paraná, hoje eu moro em Piracicaba, interior de SP.

Com quantos anos de vida e quantos de palco você está celebrando?

Dia 29 de Junho completo 37 anos, com 15 anos de carreira.

Qual seu signo e você acredita que ele tem conexão com quem você é?

Sou do signo de Câncer. Com minha experiência, acredito que parte do que dizem ser meu signo sim me “representa”, já por outro lado muitas coisas fogem do signo, mas as principais características sim.

Em que momento você percebeu que a Arte Drag era o seu caminho?

Quem é artista nasce artista. Quando nascemos, Deus nos abençoa com um dom, e é ele que vai definir carreira, caminhos profissionais, e às vezes até os pessoais também.

Qual foi sua primeira vivência marcante com o Universo Drag?

O 1° contato foi quando criança, em um grito de Carnaval. Agora, depois de adulto, foi com a Lady Marie. Na época não sabia o que era, mas sabia que era isso.

Como você definiria a Lady Marie e quais são suas características mais marcantes?

Minha Drag é comunicadora, teatral, expansiva, intuitiva, corporativa. Sou várias em uma só, então eu diria de Camaleão ou Mística dos X-Men. Características? Tem duas que chamam mais a atenção das pessoas: 1ª é a altura e a 2ª é a maquiagem.

O que a Arte Drag significa na sua vida?

Licença poética. Temos o poder de se comunicar com todos e de qualquer forma, e todos acabam entendendo a mensagem, seja na make, na roupa ou nas expressões faciais e corporais.

Quais são seus maiores sonhos e o que espera da sua jornada artística?

Que eu possa entrar em muitos mais lugares. O meu sonho, acredito que é o sonho de muitos LGBTs: que haja justiça, que o preconceito acabe, que sejamos aceitos em qualquer lugar.

Como sua família e seus amigos reagiram ao seu início na Arte Drag?

No começo não tiveram uma reação boa. Com o passar dos anos e informação, algumas pessoas mudaram a ideia estereotipada que tinham. Hoje tenho amizade com pessoas que conheci após o início da carreira.

Onde você se sente verdadeiramente em casa: no palco, nos bastidores ou entre amigos?

Me sinto em casa em lugares que sou respeitado, aceito. Cada lugar é único, então posso me sentir à vontade em todos os lugares.

O que te inspira a criar figurinos, performances e visuais únicos?

As inspirações vêm de todos os lugares e da vontade de estar ou ser o que desejo. Às vezes vêm em sonhos, no trânsito, na internet, ou até em conversas informais. Minhas criações hoje estão ligadas ao tipo de evento que vou.

Tem alguma artista que te inspira profundamente?

Já tive e tenho alguns artistas que admiro. Em todas as áreas artísticas tenho admiração por alguém. Às vezes posso ter admiração por alguém que ainda vai surgir.

Que tipo de música ou arte você leva para suas performances?

Minhas performances são mais teatrais — seja palestrando ou musicais — mas sempre levo brasilidades, fazendo referência a quem fez e faz diferença para cultura.

Você participa de projetos sociais ou culturais atualmente?

Desde 2020, junto ao Movimento LGBT, apresento o Concurso de Drag Queen e a Parada do Orgulho LGBT da cidade de Rio Claro/SP. E desde 2019, com o projeto “O QUE TE MOTIVA”, que teve mudança de nome em 2024 para “MOTIVAR” — projeto que apresento em empresas.

Qual o papel da Comunidade LGBT e das amizades na sua trajetória?

15 anos de carreira tem sua importância. A Comunidade LGBT tem e teve importância porque pude falar com todes, sobre além de assuntos da Comunidade também sobre trabalho, estudo, orientar sobre coisas da vida.

Amizade é importante desde que esses amigos e colegas respeitem as ideias e entendam os posicionamentos. Amizade é construída com isso: empatia, compreensão, irmandade.

Qual foi o momento mais inesquecível da sua carreira até hoje?

Eu vivo cada momento para ser único e marcante. Nesses 15 anos tem muitos momentos, mas tem um em especial que me marcou muito: foi quando eu trabalhava no rádio lá na minha cidade, e um dos comunicadores teve um AVC e ficou meses sem poder ir ao programa. Um belo dia ele voltou sem avisar, quando ele apareceu já tínhamos começado, e foi tão marcante e emocionante — eu e o âncora ver ele entrando no estúdio — que tivemos que interromper a transmissão e voltar após a emoção passar.

Que mensagem você deixaria para quem está começando na Arte Drag hoje?

O que eu posso dizer para nova geração é: estudem, tenham responsabilidade, não usem drogas — NEM TUDO QUE É LÍCITO ME CONVÉM.

Onde você quer chegar nos próximos anos? Qual seria seu maior palco dos sonhos?

Não sei até quando meu corpo vai aguentar, mas que no tempo que tenho, que eu possa transmitir todo meu conhecimento, e que mais empresas e pessoas conheçam meus trabalhos.

Por trás da maquiagem e do brilho, quem é você?

Um comunicador, que tenta passar empatia, que as pessoas aprendam a ter proatividade. Às vezes firme, mas que tô aqui para contribuir com uma Comunidade, ou só 1 pessoa. Tem uma frase que sempre gosto de citar:

“Nossa história volta à tona muitas e muitas vezes.

Então devemos lembrar que, às vezes, a história mais importante é a que estamos escrevendo hoje.”