Entrevista David Negrão
Por Sonayô
Nome: David Negrão
Idade: 34 Anos
Signo: Leão
Cidade de nascimento: Campinas/SP
Com uma trajetória marcada pela autenticidade e pela busca por representatividade, David Negrão vem conquistando espaço no cenário da música pop brasileira. Nesta entrevista exclusiva, o artista compartilha os bastidores de sua carreira, influências, processo criativo e os desafios de ser um artista independente em meio à era digital.
Início da Carreira e Influências
A música sempre esteve presente na minha vida, mas foi na adolescência que ela deixou de ser só uma paixão pra se tornar um propósito. Eu lembro de assistir a shows, principalmente da Madonna, e sentir uma vontade imensa de estar naquele palco, dizendo algo pro mundo com a minha arte. Mas o momento decisivo mesmo foi quando percebi que minha música podia acolher, empoderar e transformar realidades, especialmente das minorias. Foi aí que entendi que não era só sobre cantar, era sobre usar minha voz pra fazer a diferença e construir um espaço meu na música brasileira.
Quais foram suas primeiras influências musicais? Quais artistas te inspiravam no início da sua jornada?
Minhas primeiras influências foram bem variadas, mas todas tinham algo em comum: presença de palco, identidade forte e uma conexão verdadeira com o público. A Madonna, claro, foi e sempre será minha maior inspiração — ela me mostrou que a arte pode ser provocadora, libertadora e revolucionária. Também cresci ouvindo Michael Jackson, Justin Bieber, NSYNC e Britney Spears. No Brasil, o NX Zero me influenciou com letras intensas, cheias de sentimento. Cada um deles ajudou a construir a base do artista que sou hoje.
Como foi o seu primeiro contato com a produção musical e a gravação de suas primeiras músicas?
Meu primeiro contato foi em 2009, como vocalista da banda de rock melódico NO PAGE. Gravamos a música autoral Um Segredo pra Contar, e entrar num estúdio pela primeira vez foi marcante. Mas foi durante a pandemia que minha carreira solo começou pra valer. Gravei O Jogo Virou, minha primeira música autoral sozinho, e desde então não parei mais. Tenho me dedicado a evoluir, experimentar estilos e me reinventar.
Você teve algum tipo de formação musical formal ou é um artista autodidata?
Nunca tive formação formal. Sou movido pela paixão. Já tentei aulas, mas com a correria da vida, nunca consegui me dedicar como queria. Sei o básico de violão e tenho vontade de aprender canto, teclado e até gaita. Quando criança, aprendi flauta doce e até hoje ainda arrisco umas notas.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou no início da sua carreira musical?
Ganhar espaço como artista independente já é difícil, e ainda tive que lidar com limitações financeiras e a rotina puxada. Mas o maior desafio foi o processo de autoaceitação, especialmente por conta da minha sexualidade. Encarar o preconceito e as dúvidas internas me fez amadurecer muito. Hoje, tudo flui de forma mais leve e verdadeira. Sei exatamente qual é meu objetivo como artista.
Evolução Musical e Estilo
No começo, tentei seguir tendências para agradar o público, experimentei do pop ao funk, do brega ao rock. Mas com meu novo álbum , não tenho mais dúvidas: sou um artista pop. Amo o pop porque ele me permite misturar referências sem perder minha identidade.
Como seu som evoluiu desde os primeiros lançamentos até os mais recentes, como o álbum Identidade e os singles de 2025?
O Identidade foi um EP experimental, apesar de muitos acharem que é um álbum. Tem forte influência do funk e do brega, mas já trazia elementos pop. Com os últimos singles, como SOL e VÍCIO, minha identidade pop ficou mais clara. SOL tem vibe pop dance moderna, e meu novo álbum mergulha no som dos anos 2000, no eurodance. É o projeto mais fiel à minha essência até agora.
Quais elementos você busca incorporar em suas músicas para criar uma sonoridade única?
Penso nas músicas como parte de um show, quase um musical. Me inspiro em performances como Lady Gaga no Coachella e na Celebration Tour da Madonna. Sonoramente, busco unir pop dance moderno com nostalgia. Músicas como Diferenças e meu cover de Dá pra Mim têm esse ar retrô com roupagem atual. E mesmo com referências, gosto de ir na contramão do que tá bombando. A autenticidade é meu diferencial.
Há outros estilos que você gostaria de explorar no futuro?
Sim! O rock é um estilo que já explorei e gosto muito. Tenho curiosidade de experimentar o reggae e o reggaeton também. Mas sempre mantendo minha base no pop, que é onde tudo faz sentido pra mim.
Processo Criativo e Produção
Qual seu papel no processo de produção das músicas? Trabalha com outros produtores?
Sou muito presente em todo o processo. Participo desde o conceito inicial até a mixagem final. Mando guias caseiras com voz e batidas, e construo tudo junto com os produtores. Já trabalhei com profissionais de várias regiões do Brasil, o que enriquece minha sonoridade sem perder minha essência pop com alma.
Como foi criar o álbum Identidade? Há um conceito central?
Na verdade, Identidade não foi pensado como um álbum com conceito fechado. É um EP experimental, uma reunião de singles para mostrar minhas várias facetas musicais e entender o que conectava comigo e com o público.
E os singles mais recentes, como VÍCIO e SOL, o que te inspirou?
VÍCIO fala sobre um amor viciante, quase tóxico, com batida de brega e influência de calypso — dramático e intenso. Já SOL tem vibe leve, solar, com influência de Troye Sivan e Omar Rudberg. Apesar da leveza, fala sobre amor e libertação.
Como você enxerga o impacto das plataformas digitais no seu trabalho?
As plataformas democratizaram o acesso, mas trouxeram uma nova pressão: ser artista e influencer ao mesmo tempo. Isso me frustra. Quero contar histórias, criar espetáculos, mas sinto que se não produzo conteúdo pro TikTok, minha música vira um “lançamento fantasma”. Falta espaço pra mergulhar numa obra inteira, e a arte precisa voltar a ser o foco.
Lançamentos e Recepção
Como tem sido a recepção do público aos seus lançamentos mais recentes? Alguma música teve impacto especial?
Tem sido muito positiva. SOL surpreendeu pela recepção — é o tipo de pop que sempre sonhei lançar: dançante, moderno e poético. Ver o público se identificando e me mandando mensagens é gratificante demais.
Como você lida com o feedback dos fãs e da crítica?
A maioria dos feedbacks é positiva, o que me motiva muito. Claro que nas redes às vezes surgem comentários negativos, mas não me abalo. Sei quem eu sou e o que tô construindo. Pra quem critica só por criticar, meu recado é: aceitem. Porque eu tô só começando e vou muito mais longe.
Se você ainda não conhece o som de David Negrão, prepare-se: ele é pop com propósito, é emoção com performance, é revolução com nostalgia. E está pronto para transformar a cena musical brasileira — uma faixa de cada vez.



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